Coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus)

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Características morfológicas

É um herbívoro, medindo os adultos entre 35 e 50 cm e pesa entre 1,2 e 2,5 kg. Tem uma pelagem de cor acinzentada que pode variar de região para região. Amarelo-acastanhado na nuca e nas patas, e com a parte inferior da face esbranquiçada; as orelhas são relativamente curtas (menores que o comprimento da cabeça) medem entre 6 a 7 cm. A cauda é cinzenta acastanhada na parte de cima e branca por baixo, formando um pequeno tufo. As patas posteriores são muito desenvolvidas, manifestando a adaptação do esqueleto do coelho-bravo ao salto, sendo a corrida feita em apertados ziguezagues. A digestão é caracterizada pelo fenómeno de cecotrofia, que conduz a uma segunda passagem dos alimentos através do tubo digestivo.



Distribuição e abundância – em Portugal e no mundo

O coelho-bravo é uma espécie característica dos ecossistemas mediterrânicos apresentando, no entanto, uma larga distribuição geográfica. As populações de coelho-bravo podem ser agrupadas em duas subespécies distintas: Oryctolagus cuniculus cuniculus e Oryctolagus cuniculus algirus. A primeira inclui o coelho-bravo da Europa Central e ainda todas as raças de coelho doméstico. Na segunda, em Portugal, inserem-se as populações ibéricas, do Norte de África e de várias ilhas atlânticas e mediterrânicas. Originário da Península Ibérica, o coelho bravo, em outros tempos com densidades populacionais elevadas (até 40 coelhos por hectare), tem sofrido nos últimos anos grandes reduções quer em número quer em distribuição, estimando-se actualmente que exista somente 5 a 10% da população que existia há 50 anos atrás. Hoje em dia encontra-se por toda a Europa, pelo Norte de África (com particular incidência em Marrocos e na Argélia), Austrália, Nova Zelândia, Argentina e Chile.
Em Portugal é bastante comum encontrar-se em todo o território.

Habitat e comportamento

Em grande escala o habitat favorito para os coelhos-bravos são as zonas de paisagem diversificada e fragmentada, com parcelas agrícolas, de pastagem, de matos onde há alimento em quantidade suficiente e áreas de mato, de modo a que as zonas de alimentação e abrigo sejam próximas pois esta espécie só de distância no máximo 300m das suas tocas, existindo só duas épocas em que o coelho-bravo se distancie mais das suas tocas que são no inicio e final da época de acasalamento. Este coelho nunca se afasta muita das suas tocas porque estes são um animal que se cansa muito rapidamente e também têm presente o perigo de ataque terrestres de animais principalmente de mamíferos como o lince-ibérico e ataques aéreos de animais como as aves de rapina por causa disso que é mais provável visualizar os coelhos em zona de mato de dia. Só durante a noite é que esta espécie poderá encontrar-se mais facilmente em áreas de prados. Em pequena escala pelas condições atmosféricas adversas. O coelho reproduz-se quase todo ano, embora seja mais activo entre Março e Maio. Com um período de gestação de apenas 28/33 dias. Em caso de elevada densidade populacional, esta espécie pode atingir 30 elementos por ninhada.
Cadeia Alimentar





Estatuto de conservação

Em Portugal e Espanha, o coelho bravo é uma das espécies cinegéticas de maior interesse (se não mesmo a mais popular), mas é também um elemento chave dos ecossistemas mediterrâneos pois é presa de pelo menos 27 aves de rapina, 11 espécies de carnívoros e 2 espécies de serpentes, o­nde se destacam as espécies emblemáticas do lince ibérico e a águia imperial, ambas em vias de extinção, em parte devido à diminuição da sua presa principal, o coelho. O futuro é preocupante e está em jogo, inclusive, toda a pirâmide ecológica, uma vez que são muitas as espécies que têm no coelho a sua principal base alimentar. Considerando que a forte diminuição das populações de coelho-bravo traz elevadas preocupações às autoridades, porque contribui para um grave desequilíbrio ecológico. Não sendo estas situações compatíveis com a importância que o Governo atribui à urgente necessidade de recuperar e proteger o coelho-bravo, que tem o seu habitat no território continental nacional, importa, então, promover as medidas adequadas para repor um tão desejável equilíbrio ecológico.



Medidas de conservação do coelho-bravo


a) Estudo epidemiológico da incidência das doenças DHV e mixomatose no coelho-bravo, bem como o planeamento das acções para o seu controlo e erradicação;
b) Investigação e experimentação de metodologias conducentes ao melhoramento das condições hígio-sanitárias das populações de coelho-bravo;
c) Alterações legislativas que conduzam a um controlo mais eficaz das acções de importação e translocação de animais para repovoamento;
d) Melhoria do conhecimento sobre a distribuição e efectivo populacional à escala regional;
e) Adequação dos níveis de exploração cinegética aos efectivos existentes, quer ao nível do número de animais abatidos quer ao nível do período de caça;
f) Divulgação de medidas de gestão do habitat que potenciem a presença da espécie, de normas que permitam a melhoria das condições hígio-sanitárias das respectivas populações e de técnicas de repovoamentos;
g) Intensificação da fiscalização relativamente ao trânsito de animais importados;
h) Reforço da cooperação nacional e internacional.

2 comentários:

Flavia disse...

Olá, sou estudante de medicina veterinária, e estou fazendo um trabalho de etologia, e gostaria de obter mais informações e fontes de onde eu possa retirar, sobre alimentação de coelhos. Se puder me ajudar. Obrigado, meu e-mail é flavipassoni@gmail.com

Anónimo disse...

o vosso site tem tudo o que eu preciso. muito obrigada